Estranho ver que o que apodreceu vive e sorri
mas continua podre exalando o odor da hipocrisia
onde um pesado caixão é levado para eucaristia aos fiéis
e recitada a homília dos Cânticos capitulo 8 versículo 7
eles se aglomeram apoderando-se de todo perdão.
Estranho ver uma pessoa depois que já morreu...
Estranho ver que brinda e se relaciona com os vivos
mas continua fétido proferindo cinicamente mais ilusões
levando para o cemitério tão puros sentimentos de amor
e ele o rei da necrópole destila seus beijos tóxicos
pelo descampado fúnebre campo prado de morte.
Estranho ver uma pessoa depois que já morreu...
Estranho ver que mesmo depois da morte nada mudou
e continua nocivo a quem lhe chama de amigo
marcando encontros em bares seduzindo olhares
sepultando sonhos velando a carne do próximo
"o amor não vive apenas só de poesias"
Estranho ver uma pessoa depois que já morreu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário