Para quem
sente o desespero poético das coisas
Deve saber
como eu me sinto ao abrir a janela
Sentir o ar
entrar e ir preparar o café.
Dar bom dia
ao cachorro e olhar um céu novo
Mais um dia
de todos os dias que lutei... Vagabundo.
Ligo a TV e
corro para por o lixo lá fora
O telefone toca, o caudilho
solicita minha presença agora
Faço a barba,
escovo os dentes e bebo o café
E vou embora
contando o dinheiro do passe...
Estou dentro
do ônibus... Minha cabeça dói...
Me sinto
preso como um bicho que vai pro abati
E um radinho
toca Lady Gaga...
Mas Julian Assange vai...
Leio Richard Feynman...
Meu bem
chega e me diz coisas cruéis
Na Espanha o
índice de desemprego é grande
Qualquer
coisa pode ser.
São os novos
tempos...
A
globalização dos valores.
O policial
vai trabalhar com o ladrão
Um ditador
faz ameaças pela televisão
E mais uma
igreja nasce para nossa salvação.
São os
mesmos tempos...
Para quem
sente o desespero poético das coisas
Deve saber
como eu me sinto ao voltar
Para casa, e
ver a porta da sala arrombada.
Tempos
modernos...
bela descrição do desespero poético dos sentires d'um cotidiano à flor da pele de cada dia.
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